Hierarquia

O fim da hierarquia

A estrutura hierárquica das empresas, como estamos habituados a ver, está com os dias contados. Segundo uma das maiores publicações de negócios do mundo, nos próximos 20 anos a grande maioria das organizações abandonará esta estrutura de tomada de decisões e, portanto, seus chefes, em favor de uma organização horizontal, holocrática e distribuída. Isso tem cada vez mais importantes implicações para os líderes atuais.

A tradicional estrutura organizacional piramidal, que tem sido usada desde o início do século XX, tornou-se ineficiente. Essa disposição vertical ficou ineficiente porque o mundo de hoje é extremamente complexo. Organizações piramidais simplesmente não são eficazes para o trabalho. De fato, o custo de passar todas as consequências de uma decisão à medida que ela sobe na pirâmide aumenta conforme a complexidade do contexto também aumenta. Também é ineficiente porque é lento: tomar decisões consome muito tempo, já que cada nível tem voz na decisão.

O trabalho de um líder é garantir que as decisões sejam tomadas e que as coisas sejam feitas. Os líderes que se apegam à pirâmide, logo descobrirão que sua empresa não é tão ágil quanto a de seus concorrentes, que também aproveitam oportunidades de mercado com mais rapidez. Essa é a história clássica de pessoas que vêem oportunidades de mercado dentro de uma grande empresa, não conseguem convencer seus superiores hierárquicos e acabam por fundar um concorrente que às vezes engole a empresa inicial.

A segunda razão pela qual os chefes são ultrapassados é bastante simples: as novas gerações não querem chefes. A geração millennial, em particular, é altamente versátil. Pesquisas mostram que os que atingiram a idade adulta por volta dos anos 2000 não querem hierarquia, mas holacracia, uma estrutura de poder mais horizontal na qual suas vozes serão ouvidas, na qual terão o acesso mais fácil àqueles que se encontram no topo, na qual poderão assumir desafios e crescer desde o início, em vez de esperar e apenas ganhar dinheiro para pagar as contas, como a maioria dos baby-boomers e a Geração X tiveram de fazer. Para os millennials, a hierarquia se parece mais com os pontos de uma rede interconectada do que com os antigos gráficos da cadeia do comando, com o executivo-chefe no topo. Então, para que as empresas atraiam e retenham talentos, elas precisarão criar, cada vez mais, ambientes livres de chefes, nos quais os millennials possam prosperar.

E não podemos esquecer que uma fração cada vez maior da população é autônoma, portanto, por definição, ela não faz parte de uma estrutura corporativa. Até 2023, mais da metade da força de trabalho privada deverá ter passado algum tempo como trabalhadores independentes”, afirma o relatório de 2018 da MBO Partners State of Independence, dos Estados Unidos. A prova está no fato de que 36% dos funcionários dos EUA já eram freelancers em 2017, segundo uma pesquisa da UpWork /Freelancers Union.

Logo, se as estruturas que dependem de chefes são de fato ineficientes, indesejadas e cada vez mais irrelevantes, o que isso significa para os líderes de hoje? Quanto mais a hierarquia da sua empresa se assemelhar a uma pirâmide, mais difícil será competir por participação no mercado e especialmente por talentos.

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