Em tempos de crise, muita confiança pode atrapalhar

Você pode pensar que a principal receita para as empresas em momentos de crise é se manter confiante. E a confiança é importante sim, mas é bom ter cautela. De acordo com um estudo de professores americanos e irlandeses, o excesso dela pode atrapalhar a gestão durante períodos delicados economicamente.

Segundo matéria do Valor Econômico, usando dados de aproximadamente 150 empresas irlandesas que passaram pela crise financeira de 2008, os estudiosos que lideraram a pesquisa chegaram à conclusão de que ter um CEO com alto nível de auto-confiança gera resultados melhores durante períodos de forte crescimento econômico. No entanto, quando o ambiente piora, essas mesmas empresas acabam sofrendo quedas de performance maiores do que aquelas com CEOs menos confiantes.

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Para chegar a este resultado, os professores utilizaram dados de uma pesquisa de 2005 sobre a personalidade dos líderes, que fizeram uma auto-avaliação de características como autoestima, senso de eficiência, capacidade de controle e estabilidade emocional. Com estes dados, foram cruzados os resultados que as empresas tiveram antes da crise e depois dela.

A principal conclusão é a de que os fatores determinantes do sucesso de uma companhia são diferentes de acordo com o momento econômico em que ela está inserida. Para um dos autores do estudo, “empresas lideradas por CEOs altamente confiantes aproveitam mais as condições de crescimento para fazer investimentos, o que as faz ter altos ganhos durante uma economia boa. Mas essa mesma confiança provavelmente impediu os presidentes de ver os riscos iminentes de uma crise”.

A melhor saída, mais uma vez, é o equilíbrio. Ninguém quer apostar em uma empresa em que o presidente não possui confiança em suas habilidades, enquanto é igualmente prejudicial quando o líder toma decisões arriscadas em momentos que as perdas são maiores. Uma das soluções sugeridas pelos estudiosos é contar com um conselho atuante e com políticas de governança corporativa. Para eles, é fundamental que o CEO não seja o único tomando decisões.

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