Qual o legado da Copa para a economia brasileira?

Enfim, a Copa do Mundo chegou ao Brasil. E, em meio a muitos protestos e até mesmo uma certa dúvida sobre se de fato o torneio aconteceria, o país recebeu 32 seleções e milhares de torcedores. Além dos visitantes que permanecerão por aqui durante um mês, nações de todo o planeta têm os olhares voltados para as terras brasileiras neste momento.

O diretor de TV da FIFA, Nicolas Ericson, estima que haverá um crescimento significativo na audiência mundial, em relação à edição de 2010, na África do Sul: na ocasião, a Copa foi assistida por 3,2 bilhões de pessoas. Apenas o jogo final da edição de 2014 deve ser acompanhado por 50% da população mundial!

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Bilhões de pessoas assistindo aos acertos – e também aos erros – da realização de uma Copa no país que tem o futebol em seu DNA. Mas e a população brasileira? Qual legado a Copa do Mundo deixará para ela?

O Brasil vem recebendo grandes eventos: os Jogos Pan-Americanos, os Jogos Mundiais Militares, a Rio + 20, a Jornada Mundial da Juventude e a Copa das Confederações, além da Copa do Mundo. O país ainda se prepara também para receber as Olimpíadas, em 2016, e os Jogos Mundiais Universitários, em 2019. A estimativa é que estes eventos gerem, ao todo, uma movimentação de mais de 250 bilhões de reais e mais de 3 milhões de novos empregos.

Em relação apenas à Copa do Mundo, tido como o maior evento midiático do planeta, com mais de 18 mil profissionais de imprensa de 215 países cobrindo o torneio, a movimentação econômica esperada é imensa. Embora a percepção de grande parte dos brasileiros seja de que o evento custa muito caro aos cofres públicos, os organizadores fizeram estimativas de que ele propiciará um impacto direto no PIB de 65 bilhões de reais em quatro anos. Apenas o turismo, um dos setores mais beneficiados pelo mundial, terá uma movimentação 42% maior do que o normal. Esse volume estimado será resultado dos gastos de 3 milhões de turistas que circularão pelo Brasil durante o mês dos jogos, de acordo com informações da Embratur.

Estudos internacionais, porém, mostram que o impacto do evento na economia costuma ser pequeno: o PIB dos EUA aumentou 1,4% em 1994, o da França cresceu 1,3% em 1998, o da Coréia aumentou 3,1% e o do Japão, 0,3% em 2002. Já na Copa de 2006, a Alemanha teve acréscimo de 1,7% em seu PIB (dados: UOL).

Segundo o estudo “Brasil Sustentável: Impactos Socioeconômicos da Copa do Mundo 2014”, feito em parceria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a consultoria Ernst & Young: “por um lado, o Mundial gerará reflexos e benefícios em diversos setores da economia e da sociedade, sejam temporários ou duradouros, diretos ou indiretos. Por outro, também apresenta vários riscos, necessitando de processos de gestão eficientes no setor público e privado”. A pesquisa aponta que o incremento do turismo, a geração de empregos e o conseqüente aumento do consumo no período da Copa devem mexer com toda a economia.

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Além de todos estes fatores, estudos internacionais sugerem que há ganhos não mensuráveis relacionados a grandes eventos como este, como a melhoria da autoestima da população e da imagem do país no exterior. Dependendo do sucesso dos jogos e de como conseguir capitalizar essa imagem positiva, o país terá benefícios por muitos anos. A imagem gerada pela realização da Copa pode render, inclusive, a atração de investimentos estrangeiros, mais visibilidade e mais credibilidade.

Resta aguardar o fim da Copa do Mundo para avaliar a organização do torneio e a imagem que ela proporcionará ao Brasil. A julgar pela aprovação do evento entre a população brasileira logo antes do seu início, o otimismo não é dos mais altos.

E você, acredita nos benefícios da Copa do Mundo no Brasil?

Imagens: internet

 
 
 

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