Mercado depois das Olimpíadas

Embora muitas previsões pessimistas tenham sido feitas sobre a realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro, a cidade mostrou para o mundo que o Brasil é capaz de receber eventos de classe internacional. Uma onda de otimismo tomou conta dos brasileiros e foi, naturalmente, refletida para o mercado de trabalho. Antes dos Jogos, o mercado aqueceu: a taxa de desemprego no estado tornou-se uma das menores do País, segundo o jornal O Globo, em função da preparação para o megaevento.

As Olimpíadas e grandes empreendimentos ajudaram a diminuir os impactos da crise econômica no Rio. Isso foi sentido principalmente nos setores de Construção Civil e de Turismo. Em relação ao primeiro, o panorama agora é incerto. Especialistas não estão otimistas, já que os 30 mil trabalhadores que foram alocados nas obras de infraestrutura foram dispensados após o início dos eventos olímpicos. No entanto, para conter o problema, a Prefeitura do Rio divulgou que pretende tentar compensar as demissões com novos projetos de mobilidade, logística, infraestrutura e saneamento, que gerariam mais de 38 mil empregos.

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Para o Turismo, e expectativa é um pouco melhor. Os 30 mil novos quartos de hotel significam 120 mil novos postos de trabalho, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis. O fato de estar sob os holofotes também é apontado como um fator a favor do Rio de Janeiro, que deve receber mais turistas, movimentando o mercado e impulsionando também todo o setor de serviços.

No mais, alguns especialistas – e também o governo – acreditam que a realização das Olimpíadas no Rio contribui para a geração de renda e emprego, além de impulsionar os investimentos e a economia do País. Um estudo encomendado pelo Ministério dos Esportes à Fundação Instituto de Administração (FIA), realizado quando a cidade ainda era candidata a sediar as competições, defendia que os investimentos feitos para o evento teriam um efeito multiplicador amplo e diversificado sobre a economia, que duraria anos. O impacto também seria positivo fora do Rio de Janeiro, já que cerca de metade desses postos de trabalho beneficiariam moradores de outros Estados.

Outros levantamentos também defendiam que o evento poderia proporcionar benefícios para as economias local, regional e nacional, ao estimular investimentos incrementais e estruturais. Mas muitos economistas são mais conservadores em relação ao impacto dos Jogos no mercado.

Em um artigo para a BBC, Wolfgang Maennig, especialista em economia do esporte da Universidade de Hamburgo, diz que vem estudando há anos os impactos econômicos de grandes eventos esportivos e que essas competições “costumam ser um jogo de soma zero”. Segundo ele, estudos empíricos não captaram nenhum efeito significativo dos Jogos na geração de emprego, renda e arrecadação de impostos. No entanto, especialistas lembram que, por causa dos Jogos, as pessoas ficam mais felizes e com a autoestima mais elevada. E isso pode ser considerado, também, uma parcela impulsionadora para o trabalho e, consequentemente, para a economia. Agora que a festa passou, nos resta observar os novos rumos do mercado de trabalho pelos próximos meses.

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