A capacidade de aprender também com os acertos

A história da administração está repleta de casos de empresas que, tendo um dia dominado o setor, entraram em declínio. Especialistas explicam que o sucesso pode, justamente, produzir o fracasso ao impedir o aprendizado tanto no plano individual quanto no organizacional. É sabido que a capacidade de aprender com o erro é uma das mais importantes a serem cultivadas pelo indivíduo e pela empresa. No entanto, por incrível que pareça, aprender com o acerto pode ser ainda mais difícil.

Um experimento recente foi publicado pela Harvard Business Review, onde os voluntários, alunos de universidades americanas, tinham que resolver dois problemas envolvendo a tomada de decisão. Lições aprendidas no primeiro problema poderiam ajudá-los a se sair bem no segundo. Depois de entregar as respostas ao primeiro, os voluntários foram informados se tinham acertado ou não. Antes de iniciar o segundo problema, tiveram um tempo para refletir. Na comparação com quem não tinha conseguido resolver o primeiro problema, os que conseguiram passaram muito menos tempo refletindo sobre a estratégia que tinham usado. Isso teve um custo: quem se saiu bem na primeira tarefa teve mais chance de errar na segunda. o motivo: tinha deixado de perguntar o porquê do acerto.

O fracasso pode, então, ocorrer ao impedir o aprendizado, de três maneiras interligadas:

  1. Quando registramos uma vitória, nossa tendência é dar demasiado crédito a nossos talentos e a nosso modelo ou estratégia – e pouco a fatores externos e à sorte.
  2. O sucesso pode nos deixar tão confiantes que acreditamos que nada precisa ser mudado.
  3. Temos a tendência a não investigar as causas do bom desempenho.

Para superar esses obstáculos, um primeiro (e grande) passo é reconhecer que existem. Certas medidas básicas também podem ajudar, como avaliações sistemáticas após o fato e experimentos que ponham à prova premissas sobre o que é necessário para registrar um excelente desempenho. Em resumo, é importante que o sucesso seja comemorado, mas tão importante quanto, é analisá-lo.

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